sábado, 15 de março de 2014

VAGA MUNDO - Poesia de Adriano Elias (Adriano Poeta) - Primeira poesia do seu primeiro livro "Vaga Mundo", editado em 1998, em São Carlos-SP - Adriano é daqueles poetas que surgem da autenticidade do ser - Conseguiu reestruturar a "Associação dos poetas e escritores de São Carlos (União Sãocarlense....) - Perdeu-se muito de sua produção literária até o ano 2014, mas continua a poetizar sensibilidades de sua própria vida e da cidade que abriga suas mais afetivas lembranças - Um lutador pelos direitos dos afro-descendentes


Dentro de meu vago pedaço....

Vaga Mundo

De Adriano Elias


Vaga a noite
dos sonhos vagos,
de vagas lembranças.
Vaga foi a liberdade
derrotada pela vaga
procura da poesia.
Vaga inspiração passeada
no vago coração.

Vagas mãos feitas de fé,
na vaga construção de “deus”.
Vaga chance que pensou na
lágrima da vaga menina.
Vaga cachaça que bebo dentro
de uma escassez, de vagos sentimentos.

Vaga o lume de minha
vaga morte, dentro de meu vago pedaço.
Vago meu eu que(onde) encontrei nós mesmos
vagando como dois Vaga Mundo.

Adriano


Publicação inédita na internet, em 15/03/2014, por Luiz Spinola, sob autorização amigável do autor.


Futuramente, para ver outras poesias de Adriano Elias, clique em seu nome na coluna MARCADORES, à direita.

Extraído do livro Vaga Mundo.
Revisão : Irene Zanette de Castaneda
Prefácio : Emerson Leal (aguarde publicação)
Arte final : Genius Marketing & Design
Impresão : GrafiCaaso, 1998, provável.

Dedicatória : "À minha mãe Lúcia Helena, ao meu irmão....Renato e aos meus sobrinhos Willan e....(dados dos pontilhados foram perdidos no original consultado)

Dedicatória de próprio punho "Dó(ou Lo, Luiz)?), que a poesia acalente teu viver" - 30/12/1998


Frase : "Sou poeta do meu povo e gritarei com eles a....liberdade"


Versos citados no prefácio :

"Vou ser poeta do meu povo.
Aprisionado, esquecido, amordaçado.
Quero ser algo que cante o meu povo,
aos pássaros cheirando liberdade.

Vou cantar a África dos meus sonhos,
como um guerreiro sem medo da morte,
sem medo da vida,
sem medo de ser livre
sem medo de ser...
África Brasileira"



 
 ABAIXO ASSINADO PARA OS BRASILEIROS DESISTIREM DO PRÉ-SAL, POR COERÊNCIA E EM DEFESA DAS GERAÇÕES FUTURAS

NA INFOERA, O POVO SEMPRE NAS RUAS




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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

E PÉGASO INSTRUIU-ME - Poesia existencialista - Mística - "Sinta profundamente tuas emoções : elas, se conduzidas à beleza, são os sentimentos de todos os seres...."


E PÉGASO
 INSTRUIU-ME...

(Desconsidere-se as formas "tu" e "você" empregadas sem seguir as normas)
( O sentido de reencarnação aqui expresso não é o usual)







Não percas o teu tempo
 imaginando o teu futuro após a morte.
Olha para tua lágrima que cai.
Você, no presente, é a volta de um outro que existiu.
Esta lágrima é agora o desejo de alguém do passado.
Viva feliz esta tua vida, como se ela não fosse só tua,
mas também de todos os que o precederam.

Sinta profundamente tuas emoções :
elas, se conduzidas à beleza,
são os sentimentos de todos os seres.
Se fantasiares, saiba que o encanto é necessário à tua alma.
Porém, não mistures as coisas : não creias que a fantasia é a realidade.
Se pensares no futuro,
preocupes em ser melhor do que tens sido.

Aperfeiçoes pelo menos um pouco do que recebeste :
estarás, assim, cumprindo tua missão.
Sejas desprendido, e deixes outros "eus",
iguais a você,
renascerem...

Luiz A. V. Spinola, fev/2001

Proibida a reprodução, salvo gratuitamente pela Internet. Por favor, cite o link desta fonte.




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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

TE DEI MINHA VIDA - Poesia romântica-mística - Dependência ao amor humano e superação através do amor divino - "E Ele, o eterno, continuará em mim a viver. E eu, o perecível, cerrarei meus olhos e serei uma simples lembrança nas lembranças dela." - Superação - Frases que expressam o amor humano e o amor divino, em correlação.


E quis meu amor a ti ocultar....
TE DEI MINHA VIDA


A dependência....

Te dei minha vida,
você não a aceitou.                                 
Te emprestei um livro,
você não o considerou.
Serei eu, assim,
tão insignificante,
não tendo você visto em mim
amor ou amizade o bastante ?


No entanto, após doloridas tentativas
de estar a teu lado sem teu amor eu ter,
quis esquecer-te e pedi que você não mais me procurasse.
Parece-me ter se entristecido,
porque mesmo uma simples amizade preterida        -                                                                                                       dói no fundo do coração,                                           
Em suas formas, movimentos e tempos....
ou na raiz do orgulho,                                                
que lhe traz aflição.                                                  
                                                                                     
Não enrugues o teu senho, amada minha.
Não tensiones o teu ombro, minha querida.
Não deixes o teu coração franzir-se, minha inspiração.
Agora de novo voltei a amar-te,
pois, embora disseste-me "não" por três vezes,
agarrei-me em um disfarçado "sim"
quando você aceitou os meus escritos, dizendo-me :
"Eu os recebo, se você se sente bem assim".

Então tive de continuar
aos desejos e sonhos transmutar.
Elevá-los às alturas da mente e da alma,
e, em paz, poder e serenidade te esperar.

Que isto não a aborreça, oh minha vida !!
Necessitei distanciar-me
para sozinho travar uma luta.
Dentro de mim mesmo, vencedores e vencidos.
De um lado, minha fraquezas,
que nublavam a ti minhas belezas.
De outro, minhas armas fortes,
Em valas que cheiravam a mortes....
tendo eu de descobri-las,                                      
pois escondidas estavam                                          
em valas que cheiravam a mortes.                        
Enquanto houver uma mínima esperança
estarei, destemido e poderoso,
aguardando que o amor em teu coração nasça,
genuíno e vigoroso.

Mais uma vez, não julgues que a reneguei.
Resolvi apenas ocultar-te meu amor
para não mais sofrer....e o tempo pudesse,
pelo menos um pouco,
fazer esquecer-te.

Mas desejo te amar,
mesmo que muito tenha de esperar.
E que este amor seja na medida certa, constante,
livre, desprendido e doador.
Porque por um longo tempo só é possível, assim,
suportar uma tolerável dor.
       

A superação....
                                                                          -                                                                                          
"E elevarei a minha alma                                          
até aos céus encontrar.
Lá chegando, a Deus pedirei :
"Dota-me de um poder igual ao Teu,
para que eu possa com Teus olhos ver,
No perfume suave do seu corpo....
com Teus ouvidos ouvir,
com Tuas narinas inalar,
com Tua boca saborear
com Tua pele sentir....

E voltando à Terra,
forte, poderoso e independente,
olhar minha amada com Teus olhos,
e nela ver Tua beleza resplendente,
e também em todo ser vivente.
No doce encanto de sua voz, ouvir a Tua,
que ressoa igual a de milhares de amantes.
No perfume suave de seu corpo,
inalar Tua divina fragrância, que exalas de todos os seres.
Na expressiva amorosidade de sua boca,                  
deliciar-me com os manjares de Teu reino,         
que em tudo torna-se manifesto,                                                                                                                                        em suas formas, movimentos e tempos.
Na maciez e na harmoniosa conformação de sua rósea pele,
sentir o aconchego da Tua presença
e a abrangência infinita do Teu Ser.

Recostar-me-ei ao tronco de uma
selvagem árvore....
E, finalmente, se mesmo após um prolongado tempo,
ela não se acordar de seu sono,
recostar-me-ei ao tronco de uma selvagem árvore,
e deixarei, só então, que minha alma sozinha se veja
com, também, os olhos Dele.
E Ele, o eterno, continuará em mim a viver.
E eu, o perecível, cerrarei meus olhos
e serei uma simples lembrança
nas lembranças dela."

Luiz A. V. Spinola – 22 / set / 2000
Publicada em 23 de março de 2009, na extinta sessão Páginas do Grupo Ambiente Literário
Publicada em 21/janeiro/2014 em Ambiente Literário - blog

Desconsidere-se os pronomes na segunda e terceira pessoa (às vezes tu, às vezes você)

Direitos autorais reservados. Permitida a reprodução apenas em sites ou outros meios de comunicação que não visem lucro direta ou indiretamente.



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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

PAIXÃO ABSTRATA - Poesia de sentimentos profundos, filosóficos - De um amor proibido - O conhecido do desconhecido....é uma loucura - É atração à distância - Somente no abstrato, nas idéias, se pode viver.... Uma simples poesia em cio, ou será que será ?












PAIXÃO ABSTRATA
         De um amor proibido,
                 sensações desejadas,
                                        vividas,
                       sentimentos sentidos.
                           A eclosão do coração,
                                             sem poder perceber,
                                           sem poder conhecer.
                                                                        

                                           E conhecer
                              o conhecido do
                            desconhecido
                    é uma loucura!
      Não tem fronteiras,
  é um verdadeiro
delírio de amor,
de carinho, afeto, compreensão,
companheirismo, idealismo, interação.
                           É a atração à distância.
                                   É a paixão e o amor,
                                      sem dar e sem receber.
                                             Somente no abstrato,
                                              nas idéias, se pode viver.
Existirá na essência do vazio
    ou em verdade se manifestará ?
                  Uma simples poesia em cio
                                   ou será que será ? !!
                                          Anaura Calixto
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS - Permitida a reprodução somente em sites gratuitos, direta ou indiretamente, desde que haja citação de autoria e que a cópia seja acompanhada deste  adendo e do link seguinte. Para sites que visem lucro e outros meios de comunicação, entrar em contato com  o autor : Ver no rodapé.

                                                                                                                                                                            
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

NUM CRUZAMENTO DE QUATRO ESTRADAS - Poesia de Zenit Saphyr - Poema existencialista - À procura de um algo, de uma origem perdida, de um motivo pra vida de si, de outros, incontida, em sombras, indefinida - "....Visões do coração Ensaiadas e guardadas como recordação No livro negro da memória Onde mentimos e erramos ao contar a história Mundo andante Hipóteses em todo o segundo em que as buscamos...."



Num Cruzamento de Quatro Estradas




NUM CRUZAMENTO DE QUATRO ESTRADAS

Num cruzamento de quatro estradas
Hoje, todas me levam aonde já estive
Tenha sido mais a esquerda ou à direita do meu coração
Numa, cães sarnentos barram-me a passagem
Sigo pelas outras três
E os farrapos feéricos da madrugada acompanham-me
Neste passeio vão ao topo da minha terra
Perdia-me na neblina se soubesse que não voltava a encontrar-me
Lentamente, transformava-me no vento
E assobiava melodias melancólicas nos palácios abandonados
Enquanto desaparecia com o dissabor do amanhecer
Raios vespertinos tecem tempestades
Cai a luz, nasce a sombra
O sol não brilha em tudo da mesma forma
Os Adormecidos saem de suas casas despertos para mais um dia
As ruas enchem-se de gente dançando para os Cobradores
Que devastam gratuitamente o tempo de todos
São os tiranos do quotidiano
Moldam e concebem os modos de vida
Nas secretárias do além
E à minha volta todos parecem obedecer sem contestar
A música que está a dar
Eu valso em desarmonia nos salões de baile onde me deixam entrar
Poucos se queixam que o corpo não tenha rumo
Se o sentimento lá está com aprumo
A minha balada há-de ser triste
Como me profetizaram de borla as simpáticas ciganas
Onde quer que eu vá
Nunca vou conseguir o que eu quero
Por trás das suas máscaras para o escárnio
Li que por nada
Nada de bom
Me esperava no tempo que havia para vir
Intempestivo recebo as torrentes de tempo que me tiverem reservadas
Sentindo-me melhor ou pior segundo os ritmos da lua
Continuarei por ser o céptico incrédulo que me rotulam
Por ser assim como sou
Procuro um sítio onde me deixem ser
O que quero ser
Onde se é quem se pode ser
Sem que se sinta a ânsia da correspondência
Onde perceber o compasso do relógio e da noite
Perceber a passagem das estrelas
Para voar nos espaçosos céus
Rumo a lugar nenhum
Seja um trabalho remunerado
Não só pelos espíritos silenciosos que me apadrinham na escuridão
Mas também pelos intendentes da Legislação
Que o devaneio seja trabalho!
Exijo-o no trono de sombra
Onde regresso sempre que sonho
Um mundo, um outro mundo
Cruzamentos de mil e uma passagens
Estradas de infinitas paisagens
Desertos cheios de miragens
Propulsionadas como imagens
Visões do coração
Ensaiadas e guardadas como recordação
No livro negro da memória
Onde mentimos e erramos ao contar a história
Mundo andante
Hipóteses em todo o segundo em que as buscamos
Corre, corre pelo céu
Na tua volta circular
Gira Mundo, gira mundo
Tu podes guiá-lo como um cego para melhor girar
Com meia ideia ou pensamento lacrimejante
Atirado como pedra faiscante para o silêncio da eternidade











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